A CASA PERFEITA

“Formular projetos de decoração é, antes de tudo, saber entender o que o cliente deseja, conhecer seus gostos e, principalmente, seu estilo de vida. Compreender quem irá morar naquele espaço.”

Outro dia li um artigo do autor de novelas Walcyr Carrasco sobre sua má experiência com arquitetos e designers de interiores. No texto, ele descreve sobre o transtorno que é reformar um imóvel e sobre a imposição de profissionais de decoração sobre a escolha de móveis, revestimentos e objetos. Trata-se do clássico caso em que o profissional praticamente obriga o cliente a aceitar algum conceito seu ou descaracteriza totalmente sua atual moradia.

Essa falta de critério ao entender os desejos do cliente, acreditando que autoria de projeto é forçar seus próprios gostos pessoais aos do contratante, faz com que esse profissional deixe de enxergar também a alma do imóvel que, em primeiro lugar, deve refletir a personalidade de seu proprietário. Dessa forma, os ambientes ficam impessoais, muitas vezes parecendo uma vitrine de loja.

Quem trabalha com decoração deve estar sempre atualizado. Conhecer as novidades do mercado, como os lançamentos de produtos e estar de olho em novas tecnologias. Porém, sempre defendo que isso deve ser usado a favor do cliente. Formular projetos de decoração é, antes de tudo, saber entender o que ele deseja, conhecer seus gostos e, principalmente, seu estilo de vida. Compreender quem irá morar naquele espaço. O que é perfeito para mim pode não ser para você, por isso, não tem coisa mais errônea do que a imposição de valores.

Quem escolhe contratar um arquiteto ou designer de interiores é porque precisa de ajuda para tornar sua casa habitável, com ambientes mais aconchegantes, bonitos e funcionais. Geralmente, o cliente precisa de alguém para resolver problemas, gerenciar sua obra, para cumprir prazos e seguir orçamentos. E, neste pacote, entra seu sonho de ter um lar de acordo com seus anseios e sua história.

Para ter sucesso é preciso trabalhar em conjunto. Unir a experiência do profissional com os desejos de quem o contratou, fazendo ajustes e buscando afinidade. Não tem nada mais gratificante do que a sensação do dever cumprido. Perceber a satisfação das pessoas quando você entrega o projeto e entender que elas ficaram felizes com as escolhas. Em suma, saber que elas viverão naquele espaço de maneira plena, sentindo-se em casa.

Foto: reprodução (via Pinterest)

Priscila San Martin é jornalista e designer de interiores.

Instagram: @pri.sanmartin

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